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MEMORIZAÇÃO

A melhor estratégia para nomes do mundo

Bem embaixo - ou acima - dos nossos narizes

Ele tinha dificuldades de lembrar nomes. Já tinha experimentado algumas soluções, mas os resultados não convenceram. Um dia, descobriu uma estratégia que parecia mágica. De repente, passou a memorizar nomes quase instantaneamente, até alguns que há mais de um ano memorizava e esquecia, memorizava e esquecia, quando ficava distante das pessoas durante algumas semanas: Maria, Elaine, duas Estelas, Marcos, Flávio, Sandra e duas Nairas. 

Não satisfeito, testou a estratégia com outras pessoas novas. A mágica ainda estava lá: lembrava de todos! Até nomes diferentes, como Marliane, Marici, Marciene. No curso de inglês, moleza: Rogério, Pâmela, Cris, Filipe, Valéria, Fernanda. Era a melhor estratégia para memorizar nomes do mundo, e nem foi preciso praticá-la.

A mágica que não é mágica

Talvez você esteja duvidando de que tal estratégia exista. Pois lhe digo que sim. E está mais próxima do que você imagina: ela é A SUA! Para usufruir melhor dela, no entanto, você precisa de alguns passos  (algumas coisas são baratas, mas nada parece ser totalmente de graça...).

Primeiro ponto: demonstração. É preciso demonstrar que você tem uma maneira para se lembrar de nomes. Isto é fácil: lembre-se de nomes de parentes. Agora de alguns amigos. De artistas de TV e cinema. Repare quantos nomes você sabe recordar rapidamente, sem qualquer possibilidade de erro. O ponto aqui é que na verdade não há mágica, você tem que pensar de uma determinada maneira para se lembrar de um nome. 

Segundo ponto: intenção. O ponto de partida para memorizar um nome é querer. Porque você memorizaria o nome daquele político? Ou de alguém que não tem nada a ver com você? Agora suponha que você conhece uma pessoa muito interessante para você em algum aspecto, seja por sua beleza, inteligência ou qualquer outra coisa. Essa pessoa lhe diz o nome. O que você faz? Você certamente vai se lembrar não só do nome como do rosto, da voz, do que conversaram e sabe-se lá o que mais. 

Assim, para aplicar qualquer estratégia de nomes, você precisa ter algum motivo que o faça querer lembrar o tal nome, mesmo que seja "somente" praticar uma estratégia de nomes. Bem, talvez você só precise de uma estratégia para um querer nível "médio". De qualquer maneira, não espere que você vá se lembrar de nomes sem ter motivo ou pretexto para tal.

Terceiro ponto: a sua estratégia. Este é o ponto mais delicado. Se você conhece PNL ou tem prática com a "câmera mental", será mais fácil. Caso contrário, precisará fazer algum esforço de atenção. O propósito aqui é você descobrir como é que pensa para lembrar um nome. Como o que sabemos fazer bem é pensado rapida, inconsciente e também semi-automaticamente, assim como iniciar um programa no computador, pode levar um tempo até que você ache o "caminho das pedras".

Como aquecimento, soletre a palavra "memória" e tente perceber como você pensa para conseguir fazer isso. As pessoas tipicamente criam uma imagem da palavra e vão lendo cada letra. Esse é um exemplo de uma estratégia ou habilidade de pensamento. Ela poderia ser diferente, como a que eu uso para palavras maiores, como "Paranapiacaba". Para conseguir, eu divido a palavra em duas e aplico a estratégia para cada parte: primeiro "Parana" e depois "piacaba".

Agora é sua vez de descobrir como faz para se lembrar de um nome. Descubra fazendo: lembre-se de um nome e procure respostas para as perguntas:

- Como é a imagem da pessoa? Onde está localizada? Tem algum movimento? Cor? Brilho? Moldura? A imagem da pessoa está isolada, ou tem algum contexto, como um plano de fundo?

- O nome vem escrito? É pronunciado? Onde ele está em relação à imagem? 

- Pense em duas pessoas com nomes iguais. O que as diferencia em sua mente? Como você sabe que não são as mesmas?

- Se você achar diferenças de um caso para outro, pergunte-se: o que eles têm em comum?

Como inspiração, vou descrever a minha. Eu vejo a cabeça da pessoa inicialmente por trás, em uma moldura (o local não importa). Então ela se vira e olha para mim, em geral sorrindo, aparece seu nome escrito embaixo da imagem, grande o bastante para eu o ler e ele é pronunciado.

Quarto ponto: o uso. Após ter identificado seu padrão de lembrança de um nome, quando quiser memorizar um, basta você colocar a imagem da pessoa ou parte dela no padrão que você descobriu. No meu caso, é vê-la de costas no formato que já conheço bem, ela se vira para mim e ponho seu nome e o pronuncio.

Quando já conhecia a pessoa, bastou fazer uma vez. Ao testar a estratégia com pessoas novas, notei que precisava ter uma imagem estável do rosto da pessoa para que a coisa funcionasse bem. Mesmo assim, ainda me lembro dos nomes de duas pessoas que vi pela primeira vez e nem conversei, Ju e Rai, cujos rostos estão incertos. Em outra oportunidade, olhei algumas vezes para o rosto da pessoa, procurando registrá-lo. Desnecessário é dizer que eu tinha a intenção de memorizar e lembrar do nome depois, o que, como foi comentado, é básico.

A pergunta que não vai calar

Esse caso me provocou a seguinte pergunta: o que mais será que somos capazes de fazer e não sabemos, e por isso saímos por aí procurando aprender? Será que estamos pressupondo erroneamente, pelo menos em alguns casos, sobre nossas próprias capacidades? Não perca um eventual próximo capítulo desta emocionante possibilidade.

Virgílio Vasconcelos Vilela

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