Você já martelou o dedo e ficou mais cuidadoso? Já
brincou com alguém e esse alguém reagiu de maneira agressiva, e você então
passou a respeitar a sensibilidade da pessoa? Se a resposta for sim, meus parabéns,
você entende do que vai ser comentado aqui.
Agora suponha que está dirigindo um automóvel. Tem um
destino em mente, e está agindo para chegar lá. E ao dirigir, olha para a rua,
e de vez em quando faz ajustes no volante para manter o carro no
caminho certo.
Esses exemplos têm uma característica em comum: alguém tem um objetivo,
age para que ele aconteça no mundo real e busca informações sobre os
resultados, usando as informações obtidas para ajustar seu comportamento de
forma a garantir que o objetivo seja atingido. Essas informações que buscamos,
sobre o resultado das nossas ações, são chamadas de feedback ou retorno (literalmente,
"realimentação" – o que acha de "fidibeque"?!?!?).
O feedback é necessário porque não podemos ter 100%
de certeza de que nossas ações vão dar o resultado que imaginamos, é mais
uma questão de probabilidade. Primeiro, há coisas que estão fora do nosso
controle direto, como as outras pessoas. Segundo, nossa imaginação nem sempre
é tão precisa a ponto de prever tudo com todos os detalhes. Pregos podem
entortar; rodas de carro sofrem pequenos desvios, até pelo vento; pessoas podem
ser imprevisíveis em alguns casos. Por isto, obter feedback é essencial para
certificar-nos de que conseguimos ou estamos conseguindo o que queremos.
Vimos falando sobre o feedback que
obtemos. Há
também o feedback que fornecemos. Talvez você já tenha vivido a situação
inversa à descrita acima, na qual alguém brinca com você e você é que fica
chateado. Se você não der um retorno adequado para a pessoa, talvez ela
continue a brincar da mesma maneira. O retorno pode ser verbal ou não-verbal,
como uma expressão facial. Lembra-se da frase "quem cala, consente"?
Mas nem tudo são flores. Às vezes temos a intenção de fornecer feedback e
ele é entendido como crítica. Se isso ocorrer, podemos usar o entendimento da
outra pessoa como um feedback indicando que devemos mudar a nossa forma de
fornecer feedback para aquela pessoa. Você já deve ter visto também
pessoas que vão guardando emoções até que "explodem", o que
poderia ser evitado com feedbacks desde o início.
Em outras situações, a pessoa pode desprezar um
feedback. Tem o caso do marido que ouviu da esposa que o amava e disse:
"Ah, ela disse isto só pra que eu me sinta bem". Alguns
aparentes feedbacks devem ser
ignorados: aquela cara fechada pode não ter nada a ver com a gente!
Um outro tipo de feedback também pode ser muito útil.
Lembra-se daquela vez em que se sentiu culpado? Lembra-se de quando se sentiu
muito bem após ter feito algo legal para alguém? Pois é, você teve feedbacks
de si mesmo, autofeedbacks. Seu organismo lhe fornece mensagens, como a dor, a respeito de
certas ações e do seu estado atual, que também podem ser usados para o seu
auto-ajuste. Em resumo, para melhorar, por meio do reforço ou inibição de
comportamentos.
Você já deve ter percebido porque Richard Bandler
afirmou que "Feedback é o café da manhã dos campeões". Todos temos
objetivos, e sem feedback ficamos sem informação sobre se os atingimos ou não.
Sem feedback, não aprendemos e podemos ficar repetindo comportamentos
improdutivos. Sem feedback, podemos continuar buscando atingir objetivos que já
foram concretizados.
Por
tudo isto, nossa sugestão é: além de
receber, forneça feedbacks. Dê respostas para as outras pessoas. Aprenda com os seus autofeedbacks. Se vir um site legal, envie um e-mail
informando o que gostou e o que acha que pode melhorar. Quando aplicar alguma idéia
nossa, por favor mande seu feedback, seja a favor, contra ou algo entre esses
extremos. Você já deve ter percebido que o principal beneficiado dessa
prática, no final, será você mesmo.
Virgílio
Vasconcelos Vilela
DEPOIMENTOS
"É muito interessante essa sua matéria, pois
feedback faz parte da crítica habilidosa, onde o retorno que sempre se
espera é a favor daquilo do que se diz. Involuntariamente, o retorno para
ser resposta habilidosa tem que estar dentro dos padrões individuais do
Ser. Não basta apenas observar o que se fala, mas também o que se pede.
É muito bom saber que existe vários ângulos relacionados ao
ponto."