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O urso e o zoológicoO lar ideal, mas... Diz a lenda que o zoológico de Denver estava muito interessado em adquirir um urso polar. O diretor do zoológico naquela época, um velho senhor de cabelos grisalhos e grandes barbas brancas, tinha uma queda por ursos polares. Ele sempre admirara seus corpos grandes e musculosos, e respeitara a inteligência primordial que ele sentia demonstrarem em seus movimentos lentos mas elegantes e pelo que ele via em seus olhos penetrantes. Acima de tudo, entretanto, ele gostava de sua longa e densa pele de puro branco, que o lembravam das madeixas que adornavam seu próprio rosto. Por causa desta especial afinidade que ele sentia pelos ursos, o diretor decidiu que os ursos polares do Zoológico de Denver deveriam ter as maiores e mais naturalisticas jaulas dentre todos os animais do zôo. Assim ele pôs seus projetistas, engenheiros e operários para trabalhar na construção de um cercado tão grande e naturalístico em sua representação do esplendor da região ártica, que iria superar em arte e valor as jaulas de qualquer um dos maiores e mais famosos zoológicos do mundo. A construção do cercado do urso polar andava pela metade, quando foi oferecido ao diretor um bom negócio de um dos mais bonitos ursos polares que até então vira. De fato, ao inspecionar o animal, o diretor quase achou que fitava um espelho, quando olhou dentro dos olhos do bruto e este, balançando para frente e para trás, devolveu o olhar fixo do diretor. Como bons negócios com ursos polares não aparecem todo dia (e ainda mais o de um exemplar tão magnífico), o diretor decidiu ir em frente e comprar o urso, mesmo com o cercado apenas parcialmente construído. O urso foi sedado e quando acordou estava em uma pequena jaula feita com grossas barras de metal, colocada bem no meio do gigantesco cercado naturalístico ainda em obras. Ele permaneceria na jaula menor até que a estrutura maior estivesse pronta. O pequeno cercado era grande apenas o suficiente para que o urso polar desse quatro passos de bom tamanho antes de dar de cara com as frias barras de metal. Nada mais tendo a fazer enquanto residia na pequena jaula, o urso logo desenvolveu um hábito de caminhar pelo minúsculo ambiente. Ele dava quatro passos um uma direção, empinava sobre as patas traseiras para lentamente girar 180 graus, com uma convicção de que somente ursos polares são capazes, para dar quatro passos na direção oposta antes de empinar lentamente, levantar as patas dianteiras e fazer a volta. Durante todo o dia o urso caminhava vagarosamente para frente e para trás na sua jaula, atentamente observando os operários que trabalhavam no imenso cercado em volta. Finalmente, após meses de trabalho duro, os operários do zoológico terminaram a nova casa do urso polar. O urso foi novamente sedado e a pequena jaula de metal que fora o mundo do urso por tantos meses foi removida. Uma multidão de visitantes, juntamente com todos os funcionários e operários do zoológico e, é claro, o orgulhoso diretor, se amontoaram ao redor do cercado e ansiosamente esperaram para ver como o urso se sairia no seu novo e magnífico ambiente. O urso polar acordou, cautelosamente apoiou-se nos pés e sacudiu da cabeça os restos do sono induzido pela droga.O diretor quase podia sentir a excitação que certamente estava sendo construída no peito do urso enquanto se preparava para explorar seu belo ambiente natural. Ele ansiosamente assistiu ao urso dar quatro lentos mas resolutos passos antes de empinar, patas dianteiras ao ar, e se virar para dar quatro passos na outra direção, empinando novamente enquanto se virava e caminhava sobre seus primeiros passos e empinava... Robert B. Dilts e outros No livro Neuro-Linguistic Programming Vol. I (Meta Publications) Tradução: Virgílio Vasconcelos Vilela. |
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