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NOVOS PARADIGMAS

Meu Guia Interior

Apenas uma voz - fazendo muita diferença

Na primeira vez que notei meu Guia Interior, ele me livrou de um aperto. Eu tinha sido convidado para ministrar aulas em uma faculdade, e precisava entregar cópia do meu diploma de mestrado. Tranqüilamente, peguei o envelope onde guardo documentos de currículo e – não pude acreditar – não estava lá. Eu juraria por tudo quanto é santo que ele estava lá, era certeza absolutíssima, eu jamais tinha deixado de guardá-lo. Quedei-me no chão, abatido (nessa época eu ainda ficava abatido quando não via pontos de partida).

Estava desse jeito, imaginando todo tipo de coisas ruins que podiam acontecer, quando ouvi uma voz nítida: “Está mais próximo do que você imagina”. Estranhei um pouco, mas logo ouvi de novo: “Está bem à sua frente”. Olhei: em frente tinha uma estante cheia de livros, trecos e bagulhos. Na minha descrença, pensei que não era possível, mas não tinha opção, então comecei a procurar. A voz foi me guiando: “Não, aí não”. Quando olhei para uma caixa rasa e manchada, escutei: “Achou!...”. Abri a caixa e aí é que não acreditei mesmo, lá estava ele, o diploma! Sujo e manchado, mas lá estava o sumido.

Depois disso, em muitas ocasiões o Guia Interior foi útil. Quando o Possibilidades era apenas uma idéia para um jornalzinho caseiro, foi por estímulo da voz que resolvi fazer o primeiro número, e isso, depois de 11 números e dois sites, mudou os rumos da minha vida e quem sabe de quantas outras pessoas.

Recebi orientação em muitas situações corriqueiras, que evitaram incômodos e contratempos. Outro dia, eu ia à agência de um banco assinar um convênio de cobrança. Eu já tinha conversado e pensava simplesmente em ir depois do almoço. Ouvi: “Ligue antes”. Não dei muita bola, era tudo tão previsível, vou lá, resolvo e pronto. “Ligue antes”. ‘Tá bom, cedi. Pois ligando eu soube que o responsável ia sair à tarde e eu ia perder a viagem, e pude então pedir para ele preparar a documentação e deixar com um gerente. Teve um sábado, após uma semana meio estressada, em que eu acordei com a orientação de ir nadar. Era uma retomada, há algum tempo não fazia exercícios. Resolvi ir e foi fantástico: retomei o contato com o prazer de me exercitar, não senti as dores nas mãos que há semanas me incomodavam e no geral me senti muito bem e disposto. E ainda acabei me conhecendo melhor e pude aprofundar uma estratégia de auto-motivação que está fazendo grande diferença.

Várias matérias deste site foram “paridas” por orientação, solicitação ou até uma certa pressão do meu Guia Interior. Com tantas idéias e possibilidades, nem sempre eu tenho uma prioridade clara, não tenho critérios para definir o que é melhor fazer primeiro. Mesmo esta matéria teve a influência dele, porque eu não estava certo de como ela seria recebida por estar um pouco fora do paradigma “normal”.

Também já teve ocasiões em que não segui a voz e não me dei bem. Em uma dessas, entrei em uma contra-mão e quase bati o carro em um ônibus.

Às vezes, escuto coisas que não procedem. Indaguei por quê. Fui informado de que era para eu não acostumar, que eu tinha que continuar fazendo escolhas por mim mesmo, algo relacionado à responsabilidade pessoal. É como em uma equipe que você lidera, você escuta sugestões mas tem que avaliar cada uma e tomar uma decisão, você tem a responsabilidade. Mas não pense que posso conversar com a voz a qualquer momento, não sei bem como funciona, é mais uma inspiração sem hora para vir.

O que ou quem é meu Guia Interior? Honestamente, eu não sei se é ou não deste mundo ou se eu mesmo o criei. O que sei é que devo muito a ele, o que quer seja, onde quer que esteja. Mas pressinto que para ele isso não faz a menor diferença, e ele prefere que eu não me sinta devendo nada, mas que apenas escute – e faça escolhas. 

Virgílio Vasconcelos Vilela

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